quinta-feira, 25 de março de 2010

CICLISMO NO IRONMAN


Com certeza o ciclismo é a parte mais “charmosa” de uma prova de triathlon devido a todo o glamour que envolve as bicicletas extremamente arrojadas, além de todos os outros acessórios aerodinâmicos que seduzem por seu design.

Mas você, não necessariamente, precisa desse tipo de material para garantir uma boa performance na etapa de ciclismo de um Ironman. Na verdade, os aspectos mais importantes são: que sua bike esteja bem ajustada às suas medidas e que a manutenção esteja em dia para você não “ficar na mão” no dia da prova. Sua roupa de competição também deve ser confortável, literalmente, da cabeça aos pés. Tanto o capacete, quanto a roupa de ciclismo (camisa e bermuda ou macaquinho) e as sapatilhas devem ser testadas antes para não haver risco de incômodos durante esse, que é o maior trecho da competição.

Por ser o maior trecho, devemos ficar atentos à nutrição, que também deve ser testada e re-testada durante os treinos específicos, para que a glicemia (nível de açúcar no sangue) seja mantida em bons níveis, proporcionando força e energia durante e após o ciclismo.

Outro aspecto muito importante no que tange o ciclismo é o controle dos batimentos cardíacos, que tendem a estar altos após a natação. A melhor forma de diminuirmos os batimentos cardíacos sobre a bike é pedalarmos com cadências baixas em torno de 70/80 rpms. Mas para mantermos uma boa velocidade média, precisamos utilizar marchas mais pesadas, que fazem com que a bicicleta se desloque mais rapidamente. Para isso, durante os treinos, devemos trabalhar força específica utilizando o que chamamos de Big Gear (a relação de marchas mais pesada possível), repetidas séries em subidas curtas e íngremes e treinos longos em percursos ondulados.

Devemos ainda, nos preocupar com a manutenção da posição aerodinâmica durante o maior tempo possível, pois essa posição reduz a área frontal do ciclista, diminuindo a resistência do ar e consequentemente o gasto calórico, além de poupar a musculatura que será predominantemente utilizada na corrida, diminuindo o risco de fadiga. Os poucos momentos onde essa posição não é aconselhável são nas quatro subidas por volta, não muito longas nem muito íngremes. Uma boa estratégia é fazer todas as escaladas pedalando em pé, fora do selim. A principal vantagem é a oportunidade de mudar de posição (saindo da posição aero) descansando assim suas costas, pescoço, ombros, e musculatura específica de contra-relógio, é também uma posição que gera muita força, e como a velocidade é reduzida nessa parte do percurso, o fator aerodinâmico é ignorado.

Logicamente que é preciso praticar essa estratégia em treinos, para que a pedalada em pé não eleve demais seus batimentos cardíacos, mas sim se torne sua arma secreta que gera muita potência, e ainda descanse alguns músculos para quando voltar a posição de contra-relógio.

Durante a prova, devemos manter um ritmo consistente e progressivo, terminando mais forte do que começamos. Nos últimos anos, o vento sempre está mais presente na última volta, e na direção contrária dos atletas indo para a transição, este é mais um motivo para economizar suas pernas para o último terço da prova, pois enfrentar vento contra "quebrado" irá lhe custar muito tempo. Seu nível de esforço deve estar sempre controlado para que possa partir para a T2 confiante para a próxima etapa: a maratona!

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Rodrigo Tosta, Coach - Rio de Janeiro, Brasil
http://www.ironguides.net/br
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