quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
BALANÇO HORMONAL, A CHAVE PARA O “BEM-ESTAR E DESEMPENHO”
No mundo de hoje é cada vez mais comum as pessoas não terem tempo para se dedicar às coisas mais simples da vida, como olhar o pôr do Sol, admirar os pássaros, tomar um banho de mar ou de cachoeira e fazer uma refeição com calma. Vivemos cada dia mais apressados na busca de um lugar seguro no mercado de trabalho que nos proporcione condições de obter os bens de consumo que desejamos. Somamos a isso, o excesso de volume nos treinamentos ao qual, muitos atletas amadores se submetem, partindo do princípio que, “quanto mais, melhor”, e teremos um cenário catastrófico do ponto de vista da saúde!
Em função dessa “correria”, não notamos que nosso corpo, aos poucos, paga a conta por estarmos com maus hábitos alimentares, poucas horas de sono, estresse mental e excesso de prática esportiva. Muitas vezes nos sentimos indispostos e cansados, temos dificuldade de dormir e passamos boa parte do dia irritados, sem contar com a falta de apetite sexual que acomete, principalmente, quem já tem uma relação matrimonial estabelecida. Esses sintomas são típicos da vida contemporânea e causados, muitas vezes, pelo excesso de um hormônio liberado pelo nosso corpo chamado cortisol.
O cortisol é um hormônio produzido pela glândula supra-renal que está envolvido na resposta ao estresse; ele aumenta a pressão arterial e o açúcar do sangue, além de suprimir o sistema imune. O cortisol tem, em quase todos os aspectos do metabolismo, um efeito global catabólico (degradante). Sua ação mais importante é facilitar a conversão das proteínas em glicogênio (fonte de energia); o cortisol acentua a degradação e inibe a síntese protéica, mobiliza, sobretudo, proteínas musculares, disponibilizando aminoácidos para a gliconeogênese (produção de glicose). Este tipo de resposta, numa intensidade normal, tem benefícios fisiológicos, mas os excessos prolongados desse hormônio acabam por depauperar as reservas protéicas corporais, particularmente nos músculos, ossos e tecido conjuntivo. Sua ação no metabolismo das gorduras é bem complexa, porque aumenta o apetite e consequentemente a ingestão calórica, estimulando a lipogênese (produção de gordura) e a diferenciação de adipócitos (células de gordura) em zonas corporais particulares, com distribuição da massa gorda pelo abdômen, tronco e face.
Com todas essas informações, podemos perceber o que um estilo de vida desregrado e estressante aliado a um plano de treinamento mal elaborado pode causar em nosso corpo. Em contra partida, existem algumas opções para minimizar os efeitos do cortisol, tornando nossa vida mais equilibrada, saudável e melhorando nossos resultados em treinos e competições.
Existem outros dois hormônios que são antagônicos ao cortisol e benéficos ao nosso corpo. São eles: hormônio do crescimento e testosterona. Os efeitos desses hormônios nos tecidos do organismo podem ser geralmente descritos como anabólicos (construtivos).
O GH, como é conhecido o hormônio do crescimento, aumenta a retenção de cálcio e a mineralização dos ossos; aumenta a massa muscular; induz a síntese de proteínas e o crescimento de vários órgãos do corpo. Ele também estimula o sistema imunológico e promove a lipólise, que resulta em alguma redução do tecido adiposo (gordura corporal). Dentre os estimulantes da liberação do GH pode-se citar o sono, o exercício físico e as proteínas consumidas na dieta . A liberação do GH ocorre em picos, várias vezes ao dia, mas o maior e também o mais provável desses picos de GH acontece por volta da primeira hora de sono. Os inibidores da liberação do GH incluem os carboidratos consumidos na dieta (daí a importância de controlar a ingestão de carboidratos à noite) e os glicocorticóides (cortisol).
Já a testosterona, é responsável pelo aumento de massa magra, da libido, da energia, da formação óssea, e da função imunológica. Ela é secretada nos testículos dos homens e nos ovários das mulheres. Pequenas quantidades são também formadas nas glândulas supra-renais. Os fatores estimulantes da liberação da testosterona são os exercícios físicos, principalmente os com características de força (muita intensidade e poucas repetições), ingestão das chamadas “gorduras boas” (ômega 3 e ômega 6), suplementação de vitamina C e Zinco. Os inibidores desse homônio são a obesidade, idade, excessivo consumo de álcool, elevados níveis de estresse e o treinamento de endurance (alto volume) por aumentar a concentração plasmática de cortisol. Daí a importância de uma boa orientação na montagem do seu plano de treino.
Portanto, para minimizar os efeitos nocivos do cortisol, maximizar a atuação do hormônio do crescimento e da testosterona em nosso organismo e potencializar nosso treinamento em busca de melhores resultados, devemos ter uma dieta balanceada e um plano de treinamento bem estruturado, que leva em consideração todos os aspectos mencionados anteriormente.
Isso sim é a “chave para o bem-estar e desempenho”!!!
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Rodrigo Tosta, Coach - Rio de Janeiro, Brasil
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2 comentários:
Valeu Rodrigo! Excelente artigo sobre os efeitos nocivos do cortisol. Eu sou justamente um estudioso sobre este assunto, e frequentemente me deparo com uma variável nova. Por exemplo: que também a glutamina (aminoácido), degrada o cortisol. Mas o meu desafio é um pouco maior. Além de tentar com combate-lo, preciso estimular a produção de testosterona, já que tenho 50, sou atleta master de nataçao, tenho uma rotina estressante entre cuidar da família, do trabalho e o treino no final do dia. Cara, é muito cortisol. Como você disse, temos que "curtiSol"
wfalcoski,
procure inserir treinos de velocidade e também, séries longas (300/400m) com palmar para estimular a produção de testosterona. Outra dica é colocar em sua rotina de treinos, um trabalho de musculação pelo menos 2x/semana.
Experimente e depois de algum tempo me diga os resultados...
Abç e obrigado pelo comentário!
Rodrigo Tosta
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