A possibilidade de restrições na comercialização e consumo de bebidasisotônicas, repositores hidroeletrólico, defendida pela Agência Nacional deVigilância Sanitária (Anvisa), divide as opiniões de especialistas,instrutores e treinadores esportivos, em Goiânia. A Anvisa pretende criaruma nova resolução, que servirá como regra nacional, para o consumo de taisbebidas.O argumento da Anvisa é que hoje há consumo inadequado da bebida esportivae, por isso, a Agência defende que as bebidas isotônicas devam serconsumidas só por atletas profissionais e não por pessoas que fazematividades físicas em prol da saúde ou estética.A nutricionista Flávia Custódia, especialista em esportes, concorda que ouso indiscriminado e contínuo da bebida é inadequado. “Existem dois grandesmotivos, um deles é em razão da quantidade de sódio, que, se consumida emexcesso, pode causar aumento da pressão arterial, principalmente emcrianças, gestantes e idosos. O outro fator é o volume de carboidratosexistente”, enumera Flávia. A nutricionista explica que se a pessoa pretendeemagrecer o consumo de isotônicos pode dificultar o alcance da meta.O professor de artes marciais, Cristiano de Azevedo Barros, não é favorávelà restrição da venda e consumo. “A pessoa que treina precisa repor os saisminerais perdidos e se ela só beber água vai ficar com a sensação de peso, oque dificulta e atrapalha a intensidade do treino”, comenta o professor.Barros afirma que consome isotônicos diariamente e sua saúde nunca ficoucomprometida por isso. “A garapa é um exemplo de isotônico utilizado poratletas e treinadores para hidratar e seria difícil impor regras e rotularesse produto”, completa.“Não concordo, há três anos eu tomo isotônico e suplementos durante minhasatividades esportivas e ficaria contrariado se eu não pudesse maisconsumi-los. Quando eu bebo só água meu treino não é igual”, disse IurySousa Santos, 21, que pratica boxe e musculação durante a semana e pedalanos finais de semana.Para a nutricionista, é indicado o consumo dessas bebidas quando a atividadeesportiva tem duração superior a 1h30 e ainda quando praticada ao ar livre.“È um importante repositor (bebidas isotônicas), mas o ideal seria que oconsumidor tivesse um acompanhamento profissional. O problema é que essasbebidas são vendidas erroneamente, como um ‘suquinho’”, esclarece Flávia.A sugestão da Anvisa é que o rótulo seja alterado para “alimentos paraatletas” em vez de “alimentos para praticantes de atividade física” como éatualmente. A Anvisa propõe ainda que a rotulagem contenha a mensagem: “Oconsumo deste produto nas provas de longa duração deve obedecer à orientaçãode nutricionista ou médico, pois o excesso pode ser prejudicial à saúde doatleta”.“Nossa preocupação é com o consumidor. Apesar de não termos observado nenhumdesvio desse tipo (problemas de saúde provocados pelo mau uso dosisotônicos), estamos nos precavendo para que não tenham problemas”, afirmaMaria Cecília Brito, diretora da Anvisa.Na última sexta-feira (14), foi aberto processo de consulta pública sobre aproposta da Anvisa. Durante 60 dias, serão aceitas sugestões deespecialistas, população e fabricantes para que uma nova resolução sejapublicada e passe a valer como regra nacional.SAIBA MAISAs bebidas isotônicas são soluções cuja concentração de moléculas(osmolalidade) é semelhante aos fluidos do nosso corpo (280-340 mosmol/kg)e, portanto, podem ser incorporados e transferidos para a corrente sangüíneaatravés do processo osmótico. São usadas principalmente para repor água esais minerais perdidos pela transpiração ou outras formas de excreção, poisnão interferem no equilíbrio hidroeletrolítico do corpo. São bebidas isotônicas o soro caseiro, água de coco, e outros isotônicosindustrializados como Gatorade, SportDrink, Marathon, SportFluid,SportAde, entre outros.
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Um comentário:
O uso excessivo de isotônicos pode levar a probremas nos rins, causando pedra nos rins.
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